
Clínica Psicoterapêutica
Intervir hoje para ter sucesso amanhã!

Terapia da Fala
O Terapeuta da Fala pode prestar auxílio em qualquer idade, desde recém-nascidos a idosos, sempre com o objetivo de otimizar as suas capacidades, melhorando a sua qualidade de vida. Este Técnico de Saúde é responsável pela prevenção, avaliação, intervenção e estudo científico das perturbações da comunicação humana, que incluem problemas de voz, de articulação, de fluência e abrangem todas as funções da compreensão e expressão da linguagem oral e escrita. Importa não esquecer o papel do Terapeuta da Fala noutras formas de comunicação não verbal e no processo de mastigação e de deglutição (passagem de alimentos ou bebidas através da orofaringe de forma segura, garantindo uma nutrição adequada).

Atuação do Terapeuta da Fala
A intervenção do Terapeuta da Fala abrange uma vasta área de atuação, sempre com o objetivo de proporcionar a melhoria da sua qualidade de vida através do desenvolvimento e do aumento da autonomia.
Após a avaliação e o diagnóstico, a atuação do Terapeuta da Fala é feita em função dos objetivos definidos, atendendo sempre às prioridades da criança ou do adulto e das suas redes de apoio.
O Terapeuta da Fala trabalha nas Unidades de Cuidados Neonatais, assumindo um papel essencial para o desenvolvimento harmonioso do bebé, desde o nascimento, prestando cuidados ao nível da alimentação e da comunicação.
Para além da intervenção nas perturbações, o Terapeuta da Fala também trabalha com crianças em idade pré-escolar promovendo as suas competências linguísticas, vocais e comunicativas.
Em crianças e jovens, em idade escolar, é comum que a intervenção se centre, maioritariamente, nas perturbações da leitura e da escrita, na potencialização da comunicação e na gaguez.
Em idade adulta, o principal foco de atuação da Terapia da Fala são as perturbações da linguagem adquiridas, as patologias vocais e a deglutição.
Atuando ao nível da voz, o Terapeuta da Fala também intervém em profissionais da voz, promovendo as suas competências comunicativas e vocais.
Uma intervenção atempada demonstra ser mais eficaz no desenvolvimento e na reabilitação, não só em crianças como em adultos.

Áreas de Intervenção
Comunicação
A Comunicação é um processo complexo que implica a troca de informação entre pelo menos um locutor e um interlocutor. Partindo do princípio de que a mensagem é passada e compreendida pelo recetor, a comunicação pode ser realizada através de combinações verbais (uso da linguagem oral ou escrita e da língua gestual) e não verbais (olhar, expressão facial, postura, gestos e linguagem corporal).
Algumas doenças degenerativas do Sistema Nervoso Central (SNC), o Transtorno do Espectro Autista e algumas síndromes podem condicionar a utilização da fala e/ou linguagem escrita como recurso comunicativo, sendo pertinente a ajuda de um Terapeuta da Fala que irá adequar e implementar um sistema aumentativo e/ou alternativo de comunicação.
A comunicação é um sistema sensível, composto por múltiplos fatores, e é função do Terapeuta da Fala analisar e intervir em aspetos essenciais como o contacto ocular, a atenção conjunta e o respeito e alternância dos turnos comunicativos. Estes são fatores essenciais para o sucesso de uma comunicação saudável.
Linguagem Oral
Compreensão e Expressão oral
A Linguagem consiste na compreensão (linguagem recetiva) e expressão (linguagem expressiva) de palavras e frases com significado. Para a analisarmos é necessário perceber que é composta por diferentes componentes: a forma (as regras dos sons e as suas possíveis combinações na língua - fonologia, a formação e a estrutura interna das palavras - morfologia, e a organização das palavras numa frase - sintaxe); o conteúdo (responsável pelo significado e interpretação das palavras e as suas combinações - semântica); o uso (adequação e adaptação da linguagem ao interlocutor e ao contexto - pragmática).
As alterações da linguagem oral podem ocorrer durante o desenvolvimento da criança ou após acidentes neurológicos, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), Traumatismos Crânio-encefálicos (TCE), entre outros.
O Terapeuta da Fala atua na aquisição e/ou reabilitação da linguagem oral, avaliando as alterações das componentes e das áreas linguísticas anteriormente descritas.
Linguagem escrita
Leitura e Escrita
A leitura é uma atividade complexa composta pela descodificação que permite o reconhecimento das palavras, traduzindo a letra impressa /escrita para a linguagem oral (correspondência grafema-fonema) e a compreensão que possibilita a assimilação e a interpretação de uma palavra, frase ou texto.
A escrita corresponde à codificação dos sons da linguagem oral, em sinais escritos (correspondência fonema-grafema).
Desta forma, o Terapeuta da Fala intervém em “Perturbações da Aprendizagem Específica” (correspondendo às antigas designações de Dislexia, Disgrafia e Discalculia”).
Fala
A Fala é a ação motora coordenada que possibilita a produção de sons que, organizados de acordo com as regras linguísticas de cada língua, permitem a comunicação.
Para que a produção dos sons ocorra de forma correta é necessário que os movimentos dos órgãos responsáveis pela respiração (pulmões, traqueia, faringe, boca e nariz) e dos órgãos responsáveis pela articulação (lábios, língua, palato duro, palato mole, alvéolos, dentes e fossas nasais) sejam equilibrados e coordenados.
Ao analisarmos a fala devemos ter em consideração a articulação (produção dos sons realizada pelos articuladores), a ressonância (equilíbrio do fluxo de ar entre o nariz e a boca), a voz (que é produzida pela vibração das pregas vocais na laringe), a fluência/ritmo (o débito de fala que é a capacidade de encadear os sons da fala de forma contínua, possibilitando um discurso fluente, com ritmo e pausas adequadas) e a prosódia (relacionada com a acentuação e entoação das palavras e frases para transmitirem emoções).
Articulação Verbal
Componente da Fala
Uma das suas vertentes da Fala é a articulação verbal que consiste na produção oral dos fonemas/sons (vogais ou consoantes) através da coordenação e sequência de movimentos dos vários órgãos fonoarticulatórios (língua, lábios, mandíbula, bochechas, alvéolos, dentes e palato duro).
De forma geral, se existirem dificuldades na produção de um determinado som, ou existirem trocas e inversões de sons na palavra estamos perante uma perturbação articulatória. Estas podem ser resultado de alterações orofaciais (ex.: fenda lábio-palatina ou alterações na dentição), de alterações das funções orais (ex.: respiração, deglutição ou sucção). Quando adquiridas, designam-se por perturbações motoras da fala, causadas por alterações do foro neurológico (ex.: acidente vascular cerebral (AVC - vulgo trombose), traumatismo crânio-encefálico (TCE), paralisia cerebral).
Fluência
Componente da Fala
A Fluência é a componente da fala que permite o encadeamento dos sons de forma contínua, possibilitando um discurso fluente, com ritmo e pausas adequadas.
Estamos perante um discurso não fluente e um possível caso de gaguez quando existe uma descontinuidade no fluxo de fala com repetições de sons, sílabas, palavras e/ou frases, quando existem prolongamentos de sons ou bloqueios que podem ser acompanhadas por tensão física e sentimentos negativos em relação ao processo comunicativo verbal, evitando situações de fala.
A intervenção do Terapeuta da Fala irá focar-se não só na diminuição das disfluências, como também irá intervir no processo comunicativo e emocional desmistificando alguns receios e tornando o locutor mais competente e confiante.
Voz
Componente da Fala
A Voz é um mecanismo fisiológico que permite a emissão de som durante a fala, através do movimento das cordas vocais. A qualidade vocal pode ficar comprometida por questões orgânicas relacionadas com a estrutura (ex.: nódulos ou pólipos) ou por questões funcionais relacionadas com o abuso, ou mau uso vocal (ex.: rouquidão ou afonia). A intervenção em terapia da fala centra-se na prevenção dos sintomas, na extinção dos maus usos e abusos vocais e na aplicação de boas práticas de saúde vocal.
Alimentação
O Terapeuta da Fala intervém ao nível da alimentação em alterações na mastigação, em alterações na deglutição/disfagias, em perturbações alimentares de base sensorial (em conjunto com a Terapia Ocupacional) e em desafios alimentares (em conjunto com a Nutrição Infantil e/ou Psicologia). Pensando no desenvolvimento harmonioso e no bem-estar da criança, identifica as barreiras que contribuem para o desconforto das suas habilidades alimentares, dentro das seguintes áreas: motoras, sensoriais, fisiológicas e aspetos relacionados com a refeição, vivências e rotinas alimentares.
Motricidade Orofacial
A Motricidade Orofacial prevê o desenvolvimento, o aperfeiçoamento e a reabilitação dos órgãos fonoarticulatórios e região cervical, bem como das respetivas funções estomatognáticas.
Ao envolver as funções estomatognáticas, esta é uma área a que o Terapeuta da Fala recorre em alguns tipos de intervenção ao nível da sucção, da mastigação, da respiração e da fala.

Sinais de Alerta
Observar e atuar
Entre os 0 e os 6 meses
Não reage a sons;
Não sorri;
Não reconhece a voz da mãe a partir do primeiro mês;
Não estabelece contacto ocular;
Não repete sons ou balbucia ao fim do 6º mês.
Entre os 6 e os 10 meses
Não produz sons (e.x.: “mamama” ou “bababa”);
Não reage ao seu nome;
Não reage a sons que lhe são familiares;
Não chama pelos pais nem reconhece algumas palavras.
Entre os 12 e os 18 meses
Não brinca;
Não produz monossílabos;
Não reage, olhando ou sorrindo, quando brincam com ele;
Não imita o adulto;
Ao apontar para o que quer, não nomeia o objeto com um som semelhante ao nome.
A partir dos 12 meses recusa alimentos sólidos ou apenas come uma variedade muito restrita de alimentos.
Entre os 18 e os 24 meses
Não compreende ordens simples;
Apresenta um vocabulário reduzido (entre 4 a 6 palavras);
Não diz palavras simples;
Não diz, pelo menos, 50 palavras e não identifica o nome de vários objetos, ao fim dos 2 anos.
Entre os 2 e os 3 anos
Não nomeia as principais partes do corpo (como braços e pernas), a partir dos 2 anos;
Apresenta um vocabulário reduzido (inferior a 200 palavras);
Não faz perguntas;
Não produz frases com duas ou mais palavras;
Tem dificuldades em imitar gestos simples associados a canções infantis;
Recorre mais a gestos do que a palavras para comunicar.
Entre os 3 e os 4 anos
Tem dificuldades em relacionar-se e em interagir com outras crianças;
Os pais e outros adultos não conseguem perceber o que a criança diz (discurso pouco inteligível);
Não diz frases simples;
Utiliza frequentemente palavras do tipo “isto” e/ou “coisa” em vez de dizer os nomes de forma correta;
Tem dificuldades em compreender ordens simples, a menos que sejam adaptadas com um discurso lento e acompanhadas de pistas visuais como gestos, o apontar e o olhar;
Não utiliza o plural das palavras.
Entre os 4 e os 5 anos
Omite e/ou troca sons ou partes de palavras;
Tem dificuldades em iniciar ou em repetir uma palavra (parece gaguejar);
Demonstra dificuldades em tarefas de reconto de histórias e/ou na descrição de acontecimentos simples, da sua rotina diária;
Tem dificuldades em cumprir duas ordens simples;
Ainda demonstra dificuldade em falar ou responder a questões relacionadas com o “ontem” ou o “amanhã”.
Entre os 5 e os 6 anos
Mantém alterações na articulação correta das palavras, omitindo e/ou trocando sons ou partes de palavras;
Formula frases mal estruturadas;
Apresenta um discurso incoerente, desorganizado e desadequado, não respondendo à questão que lhe foi colocada;
Tem dificuldades em manter e explorar um tópico conversacional, com princípio, meio e fim;
Não consegue dividir as palavras em sílabas e as sílabas em fonemas;
Apresenta dificuldades em discriminar os sons da língua (ex.: quando ouve “pato” e “mato” e não identifica diferenças nas palavras).
Idade Escolar
Demora muito tempo a ler;
Não gosta de ler;
Dá muitos erros ao escrever (disortografias);
Troca alguns sons/letras na leitura e escrita.
Outros Sinais de Alerta
Fica rouco ou sem voz com frequência;
Ao falar, bloqueia ou repete muitas vezes o mesmo som, sílaba ou palavra;
Engasga-se ou tem dificuldades em engolir alimentos sólidos ou líquidos;
Tem dificuldades em morder, em mastigar ou em controlar o alimento na boca;
Respira predominantemente pela boca;
Recusa alimentos sólidos ou apenas come uma variedade muito restrita de alimentos.